quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um tour pelo Centro-Oeste

    Lilian e Cida, no verão de 2011,  conheceram o Nordeste, região de lindas paisagens e sérios problemas naturais e socioeconômicos, mas que vem crescendo bastante nas últimas décadas. Nas suas férias de julho, essas mocinhas resolveram desbravar os espaços da Região Centro-Oeste. Confiram essa aventura!
- Chegamos em Brasília. Daqui a pouco vamos aterrissar! – Disse Lilian.
- Veja lá embaixo, Lilian, que beleza de arquitetura! Os prédios dos três poderes simbolizam a modernidade proposta por Oscar Niemayer e Lúcio Costa.
- É mesmo, Cida! Olha a Catedral, que obra maravilhosa!
- Daqui de cima, Brasília parece um avião. Dá pra ver que é uma cidade bastante movimentada. Percebi também que há várias cidades ao redor da nossa capital federal. Você também observou, Lilian?
- Sim, a construção de Brasília favoreceu o povoamento do Centro-Oeste que andava meio esquecido desde que os bandeirantes paulistas exploram quase todo o ouro daqui. Até a década de 1970, o processo de migração interna no território brasileiro tinha como principais destinos a região Sul e, especialmente, a região Sudeste, pelo fato delas fornecerem maiores oportunidades de emprego, em razão do processo de industrialização desenvolvido nas décadas anteriores. Porém, após a década de 1970, com a saturação no mercado de trabalho da região Sudeste, houve uma diversidade nos fluxos migratórios no Brasil.
- Pois é, eu soube que os grande empresários do sul e sudeste contaram com incentivos do governo, como isenção de impostos, baixos preços de terras, financiamentos para compra de maquinários e outras necessidades para a expansão da fronteira agrícola no oeste brasileiro. – observou Cida.
- Essas estratégias também foram adotadas no Nordeste, como estímulo ao crescimento da região, você sabia, Cida?
- Já li reportagens sobre isso, sim, Lilian. As cidades de Fortaleza, Recife e Salvador foram as mais favorecidas. Mas o Sertão também foi beneficiado com a agricultura de soja e feijão. As empresas multinacionais investiram em irrigação e fizeram o sertão produzir, com o apoio governamental, é claro.
- Cida, por falar em soja, sabia que a Região Centro-Oeste é  considerada  “O celeiro do Brasil” ?
- É mesmo! Ela abriga a maior plantação contínua de soja do mundo! São lindos campos verdes preenchendo os latifúndios da região.  – comentou Cida.
- Só que esses latifúndios não têm a mesma origem histórica do Nordeste. Lá eles são frutos da colonização portuguesa que propôs uma estrutura fundiária que privilegiava os nobres, deixando os índios, negros e pobres excluídos. Já no  Centro-Oeste, foi uma estratégia do governo para estimular o povoamento desse espaço geográfico. – Alertou Lilian.
- Nossa! O Sul e o Sudeste estavam e ainda estão “inchados”. A expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura proporcionou o fortalecimento e ampliou ainda mais os fluxos migratórios para a região Centro-Oeste.
- É mesmo, Cida.  Nas últimas décadas, a região sofreu uma série de transformações com impactos consideráveis na estrutura produtiva e ocupacional.
- Com tudo isso, Lilian, atualmente, o Centro-Oeste brasileiro recebe migrantes de todas as partes do Brasil. Os fluxos mais altos procedem do Sudeste e do Nordeste. Li no jornal que em 1980 residiam nessa região aproximadamente 2 milhões de brasileiros naturais de outras regiões. Esse número representa um aumento de 288% em relação ao ano de 1960. Atualmente cerca de 30% da população residente no Centro-Oeste é composta por imigrantes.
- Falamos muito da expansão agrícola, mas não só de agricultura vive o Centro-Oeste, amiga!. Aliás, muito pelo contrário, sua principal atividade econômica é, historicamente, a pecuária, respondendo por cerca de 36% da produção nacional. É o maior rebanho do Brasil! – exclamou Lilian.
-  Essa é  região que mais cresce no Brasil – afirmou Cida. Também... a natureza favorece! As condições naturais do clima, com chuvas regulares durante todo o ano; o relevo plano e as árvores espaçadas e baixas da vegetação do cerrado, facilitam o desmatamento e o uso de máquinas, na agricultura. A indústria também lucra, uma vez que o custo das construções fica mais barato.
- Há o lado favorável, mas o solo do cerrado não é bom para a agricultura. Ele é muito ácido e pobre em nutrientes! – observou Lilian, mostrando que sabe das coisas.
- Ah, amiga! Estamos no século XXI... A tecnologia sopra a favor da economia... – brincou Cida.
- Como assim? – perguntou Lilian com curiosidade.
- Pesquisas mostraram que a adição de calcário ao solo resolve o problema da acidez. Essa técnica recebe o nome de calagem. E para o problema da falta de nutrientes, dá-lhe adubo e fertilizante!!! Viu, para tudo dá-se um jeito!
- É, Cida, assim o agronegócio se torna mesmo a principal atividade econômica da região. A agropecuária tem se destacado no fornecimento de matéria-prima para indústrias de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior, principalmente carne, soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e arroz.
- Oba! Chegamos. Vamos direto para o hotel tomar um banho e depois sairmos para passear?
- Claro, Lílian. Estou ansiosa para conhecer as belezas de Brasília. Ah! Não se esqueça de levar um agasalho porque à noite aqui esfria muito.
Dois dias se passaram...
- Cida, estou só imaginando como deve ser o Pantanal, aquele santuário ecológico que só conheço pela TV e pela internet. Deve ser o máximo!!!
- A má notícia é que com o crescimento da região, tudo ficou mais valorizado, inclusive o preço dos hotéis, não é, Lílian? Mas vamos embora. Está na hora do avião...
Durante a viagem...
- Cidaaa, olha lá embaixo...É lindo demais e parece estar conservado, ao contrário do cerrado que cedeu espaço para o progresso econômico do Centro-Oeste.
- É verdade, amiga!As inundações anuais e a baixa fertilidade dos solos são as principais razões pelas quais o Pantanal ainda está praticamente intacto. Essas características naturais impediram a ocupação humana, o avanço da fronteira agrícola  e o uso intenso dos solos.
- Sabia que tinha uma causa natural, caso contrário os poderosos já estariam de olho no Pantanal! Já estariam ameaçando pelo menos 3.500 espécies de plantas, 463 de aves, 124 de mamíferos, 177 de répteis, 41 de anfíbios e 325 espécies de peixes de água doce.
- Que isso, Lílian! Você parece uma enciclopédia ambulante!...
- Kkkkkkkk ... Que nada, menina! Eu estou lendo tudo isso neste panfleto turístico aqui, olha só!
- Deixe-me ver! Leia esta informação aqui: “Aproximadamente 83% da planície do Pantanal estão em excelentes condições de conservação e abrigam populações saudáveis de espécies ameaçadas de grandes mamíferos e aves, que praticamente desapareceram em outros estados brasileiros. A arara-azul-grande, a ariranha, e o cervo-do-pantanal são algumas espécies ameaçadas que podem ser vistas facilmente no Pantanal.”
- Olha, esta aqui Cida: “Pelo seu estado de conservação, a sua rica biodiversidade e suas particularidades, o Pantanal é considerado uma das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra.” Estou emocionada por estar tendo a oportunidade de conhecer este Paraíso!
- Não quero jogar água na fogueira, Lílian, mas infelizmente,  o Pantanal sofre constantes ameaças, sim. A maior parte delas está relacionada ao desmatamento do Cerrado. Os principais rios do Pantanal nascem nos planaltos e nas chapadas desse domínio vizinho, que sofre profundos problemas ambientais associados à intensa produção agrícola. A ocupação humana e a atividade pecuária também representam ameaças pela conversão de florestas em pastagens. 
- Ah! Estava mesmo muito bom para ser verdade. Este dado do panfleto confirma o que você está falando, Cida. Veja: “Estudo da Conservação Internacional sobre o desmatamento na Bacia do Alto Paraguai, realizado em 2006, alerta para o risco de desaparecimento da vegetação original do Pantanal nos próximos 45 anos.” 
- Não disse!!! Tem mais, a pesca e o turismo sem controle são atividades potencialmente ameaçadoras à integridade desse conjunto de ecossistemas. Anos atrás, o Pantanal foi ameaçado por um grande projeto para implantação de uma hidrovia transnacional. Ela iria desviar os cursos naturais e drenar os principais afluentes do rio Paraguai, o que provavelmente arruinaria o processo de cheias e secas com conseqüências desastrosas à fauna e flora.
- Bom, pelo menos nós duas vamos fazer um ecoturismo. Vamos nos divertir preservando a natureza do lugar. – Afirmou Lílian, com bastante consciência ecológica.
- Isso!!! A única coisa que vamos tirar de lá, serão fotografias...
                                                                                          
                                                                                                                             Texto elaborado por: Profª Cida Perrout
Referências bibliográficas:
www.brasilescola.com › Geografia do Brasil

Queridos colegas professores,
Caso queiram sugestões de atividades para este texto, visitem a página Dialogando e Aprendendo. Aceito novas propostas...
Abraços carinhosos...

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